O Primeiro Ministro irlandês, Peter Robinson, está a ser pressionado para pedir a demissão. Segundo o seu partido, o conservador DUP, e também segundo as sondagens que mostram o que pensa a opinião pública geral, Robinson “não tem condições” para continuar a liderar a Irlanda. Isto porque rebentou uma bomba que a imprensa classifica de “escândalo sexual com laivos financeiros” em casa de Mr. Robinson. Em casa… porque na verdade foi Mrs. Robinson (cujo B.I. segue já: Primeira Dama, 60 anos, também ela com um cargo político e membro do mesmo partido, claro) que teve um amante (19 anos, filho de um amigo) a quem montou um café com dinheiros que se esqueceu de declarar.
O DUP reuniu, Mrs. Robinson demitiu-se do seu cargo, o marido expulsou-a do partido (mas não de casa, que ninguém tem nada a ver com isso e tanto também não lhe exigiram os seus conservadores pares…), os OCS pegaram na história como cães num osso. Mrs. Robinson escusou-se a falar, o rapaz ex-amante também – apesar de ter começado a aparecer como ícone em revistas gay, pois parece que descobriu, entretanto, o seu verdadeiro eu, o que ajuda ao picante grotesco e vende mais a história – mas o Primeiro Ministro viu-se obrigado a explicar à nação que raio anda a passar-se dentro das suas portas. Na TV, o Primeiro apareceu muito ajuizadamente protegido por uma parede decorada com antigos desenhos dos filhos onde se lia “Pai, nós admiramos-te”. Explicou que a mulher estava (ou era, pois em inglês não há diferença verbal como sabemos…um pormenor que é tudo!) “perturbada e não era possível tirar-lhe duas frases com sentido”.
O DUP explicou aos OCS que este tipo de comportamentos “é inadmissível” e acrescentou que não há “simpatia para quem se coloca nestas posições”. A opinião pública, ainda há pouco tão elogiosa para com o Primeiro Ministro, considerando-o uma figura fundamental no frágil processo de paz da Irlanda - sempre a braços com as lutas religiosas e o terrorismo interno - agora quer crucificá-lo… porque a primeira-dama não se portou bem.
Não sei se estão recordados do quanto a Europa se riu quando foi do caso Monica Lewinski – Clinton. Toda a gente dizia que aquilo só na América, porque nós, cultos europeus, não queremos saber com quem é que os políticos dormem, só queremos saber se fazem um bom trabalho… Pois a gente, afinal, 16 anos passados, não só queremos saber da vida íntima dos políticos, como até das mulheres deles e, se as senhoras saem da linha, as cabeças dos maridos até podem rolar por isso.
De onde se retiram várias lições, entre as quais: os europeus estão mais papistas que o Papa; mulher de político tem de ter muito cuidado com as suas acções e Simon and Garfunkel nunca passaram de moda.