... "And now for something completely different" Monty Python

Friday, October 29, 2010

O desafio do risco



Um dos paradoxos do mundo actual (provavelmente de sempre) é que toda a gente se diz muito moderna, avant-garde e inovadora, mas quase todos são extraordinariamente resistentes a toda e qualquer mudança. Explicando melhor: é tido como de bom tom, politicamente correcto, sociavelmente bem visto e, para além disso, atraente e sexy dizer-se que se é um tipo corajoso, que gosta de assumir riscos e que abraça ideias novas e diferentes. Ninguém, nem mesmo os próprios, aprecia um tradicional cinzentão - é por saberem isso que os conservadores se esforçam ao máximo por apresentar um ar juvenil e moderninho (se não me acreditam, perguntem aos conselheiros de imagem e aos senhores que escolhem os slogans das campanhas políticas, onde o que mais se vê são “ventos”, “mudança”, “liberdade”, “escolha” e outras palavras de frescura). Porém, apesar da sua apregoada vontade e capacidade para o novo, a maior parte das pessoas, bem no fundo, morre de medo de uma mudança – qualquer que seja – na vida. Este receio parece-me natural e intrínseco ao ser humano. Afinal, por mais voltas que demos à pirâmide das necessidades básicas humanas, a segurança aparece como um factor importante e procurado desde os primeiros momentos da vida. A mudança, em si mesma, aparece como uma ameaça à segurança e é isso que a faz tão assustadora. Como vivemos num tempo continuo (ou assim o entendemos dentro das nossas capacidades interpretativas), a mudança é inevitável no decurso da existência, quer queiramos quer não; portanto, para minimizar o ataque à sua segurança, a maior parte das pessoas escolhe fazer mudanças muito pequenas ou dentro de limites conhecidos. Raros são os radicais que transtornam a sua vida toda, num acto de coragem. Claro que nem todos têm oportunidade de o fazer, por questões externas ao indivíduo (económicas, profissionais, familiares). Mas mesmo quando esses factores podem conjugar-se, são poucos aqueles que decidem arriscar.


De um ponto de vista puramente racional, este medo seria muito mais facilmente ultrapassado se nos consciencializássemos que já mudámos por diversas vezes na vida e que continuaremos a mudar. A maior mudança e, simultaneamente, o maior risco desta vida é o de crescer. Dito assim, parece uma verdade taxativa e sem interesse, mas quanto a mim, conheço várias pessoas que se recusam a dar este passo ou, se quiserem, a assumir este risco. A altura crucial em que nos responsabilizamos pelas nossas escolhas, assumimos as consequências dos nossos actos e enfrentamos o desconhecido com coragem, não é igual para todos. Não é invulgar encontrarmos pais que não conseguem fazer nada disto na sua vida (muito menos orientar os filhos, que tiveram geralmente por necessidade de auto-compensação e dos quais se desligam quando percebem, com amargura, que os filhos não são extensões deles mas sim seres humanos com personalidade e vida autónomas); do mesmo modo, também é possível encontrarmos adolescentes cuja maturidade a este respeito é já bastante elevada, provavelmente porque tiveram de enfrentar momentos perante os quais não se retraíram e “deram o salto” mental.


Se encararmos a mudança como parte do nosso percurso de vida, isso pode trazer-nos uma certa segurança que advém do hábito – como dizia Camões, o mundo “toma sempre novas qualidades”, logo a única segurança é… não haver segurança nenhuma, o que, paradoxalmente, pode dar o conforto de estarmos todos no mesmo barco. De qualquer forma, o conforto aparente não diminui o risco da mudança.


Na maior parte das pessoas, convivem lado a lado o gosto pelas novas situações e a ânsia de se agarrarem ao que já conhecem. Geralmente, arriscar a fazer as coisas de forma diferente e, logo, assumir a oportunidade para o desenvolvimento numa nova perspectiva de vida e, assim, para o amadurecer, é feito por vários saltos no nosso percurso – embora haja momentos de salto abissal, de profundas mudanças de situação e, obviamente, de paradigma de vida. As pessoas que vêem o mundo como os seus ancestrais o viam – de acordo com as mesmas ideias sem jamais as terem indagado, vivendo para a sua aprovação, até mesmo no caso em que estes estão mortos e enterrados – nunca deram salto algum. Pertencem a um mundo que já foi. Não cresceram nem fizeram o seu destino por suas mãos.


Ter medo da mudança é ter medo da vida. Como se sabe, ter medo da vida não é viver.

Entrevista a Sara Porto, autora do livro "Finalmente Árvore"

Carla Cook – Mais do que o contar duma história, este livro é um projecto. Como te ocorreu trabalhar com as pessoas do Moviment’Arte da APADIF?
Sara Porto- Eu já tinha a história escrita há algum tempo. Quando vim para cá, no ano passado, cruzei-me com o prof. Vitor Rui Dores. Tinha tido um bebé e ele disse-me “já plantaste uma árvore, já tiveste um filho; falta escrever um livro”, e achei graça a isto! Entretanto, houve uma passagem de modelos na qual participaram as pessoas da APADIF. Vi esta notícia na TV e apercebi-me da alegria deles ao passar modelos, da importância que era para eles fazer algo que os punha par a par com as outras pessoas na sociedade. Sempre tinha pensado que a ilustração desta história não devia ser feita por ilustradores profissionais; queria algo mais simples. Então, lembrei-me deles. Uma das utentes é minha prima, tem Síndrome de Down, A mãe dela pertence à Direcção da APADIF e pôs-me em contacto com a Marta Faria, psicóloga que desenvolve um trabalho muito especial com eles. Após ler a história, a Marta começou também a sonhar com esta ideia e foi imprescindível em todo este projecto. Fui lá falar-lhes, o prof. Vitor leu-lhes a história, e começaram os desenhos. Notei sempre a grande alegria deles em fazer um livro, um livro a sério  – isto teve muita importância para eles.

CC- Os autores dos desenhos estão referidos apenas pelos primeiros nomes. Ao certo, quem são? De que faixa etária falamos? O que os liga?
SP- Eles são quase como uma família - muito unidos, passam muito tempo juntos em actividades, entendem-se muito bem, incluindo algumas coisas que só eles sentem. Estamos a falar de um grupo de idades que varia desde adolescentes a pessoas com mais de cinquenta anos. Mas todos eles são muito simples e inocentes e isso vê-se nos desenhos, que parecem ter sido feitos por crianças. Provavelmente, nós teríamos problemas se nos dissessem para desenharmos para um livro, mas eles não, começaram logo; é como se o ego deles não interferisse.

CC- Como surgiu a ideia do livro estar também escrito em Braille? Essa parte foi concretizada nos Açores?
SP- Não, foi no Centro Prof. Albuquerque e Castro, no Porto, onde fazem trabalhos em Braille profissionalmente, também para jornais. A ideia foi da Noémia Pinto, da Direcção da APADIF. Há pelo menos 2 livros em Braille para crianças que chegaram à Associação e a nossa ideia inicial era seguir o mesmo modelo e ter Braille a contornar os desenhos, mas isso encarecia muito o livro. Muita gente sabe que Braille existe mas não tem consciência de como é. A ideia é mostrar que devia haver tantos livros em Braille quanto possível, apesar de felizmente não haver muitas pessoas cegas aqui, mas as que existem deviam ter oportunidade de ler.



CC- Este é o teu primeiro livro, uma história infantil que abraça a igualdade de oportunidades. Tens projectos diferentes para o futuro na área da escrita?
SP- Este livro teve até o apoio da Direcção Regional da Igualdade de Oportunidades. Mas sim, já tenho outra história escrita e estou a escrever mais uma, ambas para crianças. A história que está pronta é a pensar um bocadinho neste grupo:  eu queria escrever mais livros com as mesmas personagens, há até uma personagem que é cega. O terceiro livro já é diferente: está relacionado com a natureza, uma área que gosto muito.

CC- Queres terminar falando da mensagem deste Finalmente Árvore?
SP- O livro fala por si. Trabalhar com estas pessoas permite-lhes que se sociabilizem e se exprimam criativamente, ao contrário do que lhes foi incutido, até inconscientemente, que estavam limitados… É uma descoberta para eles e uma oportunidade para as pessoas os olharem olhos nos olhos, como eles gostam.

Friday, October 15, 2010

Já não gosto de chocolates - Álamo Oliveira



Esta é uma história contemporânea (publicada em 1999), vivida pelo velho Joe Sylvia, “tão perto da morte que a pode cumprimentar de beijo” lá da cadeira de rodas do asilo californiano onde vive quase voluntariamente. Emigrante açoriano em Tulare, Joe ali criou 4 filhos, mas é a enfermeira mexicana Rosemary que o apoia diariamente nos seus últimos tempos e é junto a esta amizade curiosa e maternal que Joe recorda a vida: o seu amor forte e constante à mulher; a perda de fé dela perante uma doença fatal; a homossexualidade, a beleza de um amor proibido e o terror da SIDA vividos pelo filho John; os vícios degradantes da filha Maggie; os outros filhos que vivem para trabalhar e a nora fútil e alpinista social. 

A obra não esquece as diferenças entre os Açores deixados por Joe para ir para a América e os Açores pós-revolução de Abril, “governados por comunistas”, onde se pode votar. São uns Açores estranhos para Joe que na América nunca votou nem sequer sentiu essa necessidade, vivendo numa comunidade sobre si centrada. A terra americana é metamorfoseada em chocolates, a única riqueza americana que Joe (então José Silva) cobiçava avidamente quando vivia na sua ilha, e curiosamente o presente que os filhos lhe levam quando o vão visitar ao lar, cumprindo o seu dever. Mas agora Joe deita as caixas de chocolates - prova do “desamor mal assumido” da sua prole - no lixo, depois de ter fracassado em transmitir aos filhos uma cultura que, fatalmente, já não era a deles por oposição a um novo mundo gigantesco.


 Realce-se também, na obra, a preocupação com a marginalização (do neto deficiente, dos pobres “tratados como animais imprestáveis” em contexto pseudo-democrático), a aceitação por parte do velho Joe do amante de John, que o visita no asilo, a nota de humor irónico que há sempre ao falar da nora cuja maior glória é sentar-se junto ao Presidente do Governo dos Açores numa festarola comunitária, as recordações da ternurenta Rosemary, única a aperceber-se que Joe tinha perdido o gosto pelos sabores antigos.


Um romance muito comovente e magistralmente escrito que aborda corajosamente a perspectiva da terceira idade. Traduzido e publicado também em inglês e japonês. 


Utopia



Nesta época, o assunto é a crise. Aqueles que como eu nasceram num tempo em que havia um sketch humorístico de um casal de bêbedos que diziam “isto é que vai uma crise”, perguntam: qual é a novidade? Não me recordo de ter vivido em dia em que nós, como povo, não vivêssemos em assumida desgraça, profetizando que amanhã seria pior mas bebendo para ganhar alento. Foi mesmo pior. Imagino que já terão ouvido muitos experts que sabem como resolver a crise. Eu não sei. Mas sei, com aquele fundo de alma que caracteriza todos os portugueses, que Portugal tem uma arma secreta: o salvador da pátria. Ok, dito assim parece título duma novela brasileira – há mesmo uma que se chama assim, na qual um analfabeto de uma cidadezeca acaba por se tornar num poderoso político, sendo levado a concorrer às eleições para encobrir escândalos amorosos (ditos “políticos”, porque é mais luxuoso e porque assim ele ganha largos votos); melhor do que este enredo só mesmo o daquela novela em que o prefeito da cidade matava alguém para poder inaugurar a sua obra municipal que calhava ser um cemitério!


Voltando à vaca fria (e magra): temos um salvador da pátria. Portugal tem sempre um D. Sebastião escondido à espera de aparecer, por quem o povo espera. Claro que às vezes o D. Sebastião é um tiro no pé, salvando da bancarrota e instaurando o servilismo, mas Portugal, passados uns anos, até pensa que não foi assim tão mau. O que queremos mesmo é quem nos resgate, ainda que nos faça passar vida de cordeiro aprisionado. Como dizia Eça, é uma nação talhada para a conquista ou para a ditadura. Como povo, sabemos queixar-nos mas lutar é-nos difícil. Manifestações em Portugal são coisas raras – as pessoas temem: temem o que dirão os vizinhos, o que farão os patrões, o que será da sua vida lá na rua e na repartição. É por isso que é tão fácil ser ditador em Portugal, venha de que quadrante vier; gente fácil de domar esta.


De facto, qual é o fundo da nossa crise? Na minha geração, a crise é também já não sabermos o que seja meritocracia. Essa ideia de que “pelo teu mérito ascenderás” é para nós uma palavra oca, uma coisa tão vaga e distante que nos merece um riso de escárnio descrente como quem acaba de ouvir falar de uma utopia. Os trintinhos mais ou menos inteligentes (sim, excluam os que não pensam ou pensam por cabeça alheia) pensavam que por terem uma cabeça autónoma e um grau académico razoável, teriam uma vida decente. Erro. Hoje, temos uma data de jovens doutorados a viver de recibos ou de contratos miseráveis… quanto à cabeça autónoma, todos sabemos o perigo que é sequer mostrar que se pensa (como diz certo cartaz “quem não trabalha, não erra; quem não erra, é promovido”). Para além disso, cada vez se descredibiliza mais a educação – para que todos possam ter um grau que passa a significar zero, por ser tão fácil de atingir – e se descredibilizam igualmente os poderes: quem hoje em dia acredita na justiça ou na governação? Quem sequer acredita na comunicação social? Quem não conhece, por ex, um antigo colega de escola que nunca foi capaz de fazer contas mas hoje aparece como um super economista que dá bitaites sobre a solução da crise ou uma colega que continua a não saber onde fica a Argentina mas é analista política internacional? Quem não conhece chefias muito incompetentes permitindo-se ser arrogantes dentro da sua ignorância? São estes cérebros que nos vão tirar do corte (da crisis, portanto)?


Não sou uma pessoa dura em relação aos políticos. Creio que o facto de estarem (demasiado) expostos não faz com que sejam tratados com a necessária distância que promove a igualdade de justiça na sanção. Há demasiada inveja e/ou temor (ainda que a culpa possa ser dos próprios). Porém, existe um problema que grassa em todos os quadrantes, não só políticos como sociais (salvo honrosas excepções) – a falta de ética: as pessoas deixaram de se sentir responsavelmente livres; vivem de modo infantil, provisório e só para si, desconfiadas dos semelhantes e trocistas dos dirigentes; frustres porque não são reconhecidas, amargas por não reconhecerem mérito; vivendo sem se melhorarem nem a si nem à sociedade. A ética não precisa de esperar pela política, mas a política sem ética é vazia, porque um bom sistema é aquele que promove as liberdades e os méritos. É esse o sistema que não promove crises.


A nossa crise económica nasceu de uma crise de valores. E dessa, todos nós, culturalmente e por falta de fibra, não estamos à altura de sair tão depressa.


Friday, October 1, 2010

O hábito faz a sobrevivência



O meu fisioterapeuta tem-me ensinado algumas coisas. Parêntesis para dizer que devia ser feito um estudo à ligação que se desenvolve com um fisioterapeuta ou massagista quando temos um problema de mobilidade (e o meu é apenas temporário e não impeditivo, imagino os realmente graves!). Poucas relações misturam tanta ambiguidade de raiva e gratidão. Mas adiante. Eu desconhecia, até agora, algo chamado trigger points. Parece que há uns pontinhos-gatilho nos nossos músculos que se irritam e são extremamente dolorosos para nós quando estimulados. Perdoem a minha definição leiga. Quem não entendeu pressione muito fortemente com as pontas dos dedos a zona do pescoço e das costas e, se for stressado (portanto, um humano average, funcionário público ou, em alternativa, desempregado), encontrará trigger points. O que há de mais curioso acerca dos trigger points é que, se continuarem a pressionar com a mesma força durante 30 segundos, a dor que ainda há pouco era insuportável… desaparece! Como se explica isto? perguntei, ingenuamente. Claro que devia ter adivinhado: o ser humano habitua-se à dor e anestesia-se a si mesmo, para melhor aprender a viver com ela. Somos geniais na arte da sobrevivência.


Se somos capazes de anestesiar uma dor física para melhor a suportar, também não ficamos atrás com o anestesiar de torturas psicológicas. Disso é bem revelador a Síndrome de Estocolmo, que, apesar de ter sido um termo cunhado para reféns (no célebre assalto ao banco sueco) e posteriormente também para vítimas de rapto e de violência doméstica ou prisioneiros de qualquer espécie, pode servir para mais situações de abuso. De facto, pessoas que vivem longo tempo numa situação abusiva arranjam sempre mecanismos de defesa por uma questão óbvia de necessidade. Começam, então, a achar que qualquer não-abuso (i.e. qualquer acto normal, como deixá-las sair de casa ou permitir-lhes o acesso a um telefone - reparem nos verbos condicionantes e propositados) por parte do abusador é um acto de bondade deste ao invés da expressão da liberdade natural e individual dos abusados.


Se um abusador é sempre terrível, a vítima responde com ódio e em breve sairá da trama. Porquê? Sobrevivência. Mas a grande maioria dos abusadores é esperto e joga de outro modo. De vez em quando, oferece simpatia e, em casos extremos, o abusado sente mesmo a falta de abuso ocasional como uma delicadeza per se. Dá-se um desfasamento dos contextos reais em que vivem os restantes seres, pois de outro modo o abusado não poderia continuar a manter a sua sanidade – há que lembrar que estas pessoas vivem em ambientes loucos. Para nos mantermos sãos quando tudo à nossa volta é irreal e vivemos num ambiente de enorme e constante tensão emocional e física, temos de nos desvincular durante algum tempo da perspectiva normal, pois o valor mais alto a preservar é o da vida. Deste modo, o abusado acaba por se ver envolto numa trama na qual percepciona as próprias saídas como perigosas e capazes de o magoarem, porque a sua única relação com o mundo do qual está isolado depende do opressor. O isolamento do abusado é necessário para que o abusador lhe confira não só a sua perspectiva dos acontecimentos (o que torna o abusado dependente para as necessidades básicas e até certo ponto identificado com o abusador nos mais íntimos detalhes) mas também para reforçar o poder absoluto do abusador, que assim se torna cada vez mais megalómano e perigoso. Afinal, todo o abusador é um ditador, mais ou menos consumado.


A Síndrome de Estocolmo é a “gratidão primitiva pelo presente da vida” (Frank Ochberg), como se cada minuto que um abusador nos deixa viver fosse precioso, pois, em boa verdade, o abusado crê que o abusador tem a vida dele nas mãos e fica-lhe grato por esse respirar, ainda que em condições sub-humanas. Também os bebés formam laços emocionais com qualquer ser humano mais próximo, tentando que este lhes dê o que necessitam - não é só um mecanismo identificativo, é o click da sobrevivência a funcionar.


Resumindo: o instinto de sobrevivência é o instinto-mor de todo o animal, incluindo o humano; quer queiramos quer não, o homem habitua-se a tudo, mesmo ao mal, minimizando-o como pode, até do ponto de vista da sua natureza, para sobreviver. E é por isso que a gente responde ao “tudo bem?” com “não venha a pior!”, ou seja, não está nada bem mas o pessoal até aguenta e só deseja que não piore porque a este bicho ruim a gente até já se habituou…