Jennifer Connell é tia de um
rapazinho chamado Sean Tarala, que agora tem 12 anos. No dia em que Sean fez 8
anos, a tia Jen foi convidada para a festa de aniversário e foi então que se
deu um acidente e a tia Jen partiu o pulso. À conta disso, a tia Jen levou agora
o sobrinho a Tribunal na tentativa de o processar em 127.000 dólares, já que,
segundo a tia Jen, não só ele é responsável por um pulso partido mas por uma
data de dificuldades derivantes posteriores na sua vida. A tia Jen, que
explicou ao Tribunal que “nunca deixou de amar a criança” mau grado a achar
“negligente e descuidada”, acaba de perder o caso na passada semana no Tribunal
de Westport, New York – porque ainda há quem tenha lógica e racionalidade neste
mundo, felizmente.
A história é a seguinte: quando a
tia Jen chegou à festa, Sean lançou-se a correr para ela, gritando “I love you,
aunt Jen!”. Esta expressão de afeto foi, no entanto, feita com o impulso de 25
kg em movimento e, na força do abraço que se seguiu, a pobre Jen
desequilibrou-se e caiu, partindo o pulso. Poder-se-ia perguntar porque é que a
querida tia Jen não processou este perigoso miúdo logo ali, mas Jennifer
Connell explicou ao tribunal de Westport que “não o quis perturbar tendo em conta
que era o seu aniversário”. Nota-se que é uma tia dedicada.
A sensibilidade de Jen esperou
até o miúdo ficar órfão de mãe e depois meteu-lhe um processo em Tribunal.
Assim como assim, agora o puto tem mais condições de pagar (isto é, teria caso Jennifer Connell tivesse
ganho).
A tia Jen explicou ao Tribunal
que a questão não estava apenas num pulso partido. A pobre vive num terceiro
andar sem elevador e torna-se complicado subir as escadas com um pulso partido.
Eu, particularmente, subo as escadas com os pés e não com as mãos mas
compreendo que nesta época de Halloween há de haver quem o faça ao melhor
estilo “O Exorcista” com os pulsos nos
degraus e a cabecinha virada para baixo.
A tia Jen também disse ao
Tribunal que a sua vida social nunca mais foi a mesma porque agora sempre que
ia a uma festa era complicado “segurar nos pratos de hors d’oeuvres” visto que
o seu pulso tinha ficado severamente danificado mesmo depois de se ter soldado.
A sério, Jen? Se é nessa tua qualidade que as pessoas reparam, é fácil de
perceber porque é que a tua vida afetiva é pobrezinha.
O que se pode dizer para
desculpar a tia Jen? Não me ocorre nada. Que a tia Jen sabe pouco sobre miúdos
é visível. Qualquer pessoa que veja um miudinho a correr na sua direção,
prepara-se para aguentar um embate de ternura (e corresponder, já agora…). Que
a tia Jen é uma criatura repugnante erat
demonstrandum. Só assim se compreende que queira ensinar uma lição ao
sobrinho através do Tribunal – só isto já denota um problema de arrogância grave
- e que acuse uma criança de 8 anos de descuido, tentando culpabilizá-la de uma
situação que não envolve intenção. Que a tia Jen é estúpida, disso não restam
dúvidas porque arruinou para sempre a sua relação com o sobrinho. Que a tia Jen
tem mau fundo, idem aspas… Não só fez o que fez como esperou que a criança
ficasse menos protegida e seguramente triste, por estar órfão de mãe.
Mas tendo em conta o grau de
estupidez da tia Jen, talvez ela até espere que passem todos juntos o Natal
(desde que num rés-do-chão e sem pratos pesados).
O que interessa, para já, é que o
Tribunal não deu razão à “melhor tia do mundo”. Disseram simplesmente “não
consideramos que Sean tenha sido negligente”. Eu teria dito à tia Jen para ir a
um sítio lá longe em vez de fazer os Tribunais perderem tempo com processos
deste género. O que vale à tia Jen é que a generalidade das pessoas são mais
educadas do que ela.