Esta antologia pessoal reúne as poesias mais emblemáticas do autor de 1948 a 2004 – meio século de poesia que passeou por tão diferentes caminhos e temáticas que julgamos, por vezes, estar perante diferentes autores. Por isto mesmo, é difícil etiquetar a obra. Na busca de contextualizações, notam-se influências maiores como a do concretismo e a do simbolismo, com alguns traços românticos. Mais fácil é dizer que o autor segue o caminho multifacetado e caleidoscópico da Modernidade.
Redutor também é falar-se de uma obra tematicamente centrífuga, numa poesia que tanto explora, e com o mesmo à vontade na pena e no sentir, a metafísica como o quotidiano nas suas múltiplas vertentes e, entre estes dois pólos, as artes.
Obra não completa de um autor que continua a surpreender, mas, seguramente, condensado mimo poético coligido pelo próprio e com direito a Inéditos. A perspicácia do leitor exige-se.
Eduíno de Jesus nasceu em S. Miguel em 1928. Foi docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, mais tarde (entre 1979 e 2000), regente da cadeira de Teoria de Literatura na Universidade Nova da mesma cidade. Foi um dos directores da Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura da Verbo e ainda colaborador da Enciclopédia de Leitura Biblos e do Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. Embora a sua obra seja mais profícua e conhecida no campo poético, não se limita a este, tendo igualmente publicado artigos, crónicas, contos e drama. Polímata activo, escreve continuamente sobre vários assuntos. É conhecida a sua actividade dinâmica enquanto Presidente da Casa dos Açores em Lisboa entre 2003 e 2009, que lhe valeu o merecido epíteto em livro publicado pelo IAC de “Eduíno de Jesus - A Ca(u)sa dos Açores em Lisboa”.